terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Uma breve história dos cheiros

As plantas são usadas à muitos milênios pela humanidade, para fins religiosos e medicinais. O homem moderno, o Homo sapiens, só ganhou forma e vida cerca de 50.000 anos atrás. A partir de então começou a fazer uso das plantas. Desde as civilizações muito antigas, tempos pré-históricos, o homem já tinha conhecimento do fogo e modificava o cheiro da fumaça pela adição de plantas, para fazer oferendas aos deuses.

A origem da palavra perfume provém de uma expressão do latim “per fumum”, que significa “através da fumaça”, numa referência à propagação gasosa do aroma.


No mundo antigo usavam-se diferentes artifícios, como queima de incensos e de flores, para dar aos ambientes odores agradáveis, cujos objetivos variavam de acordo com as necessidades e ocasiões. Os egípcios utilizavam o cedro para diversas ocasiões. Uma delas era na mumificação, como incenso para proteger os papiros doa ataques dos insetos. Em outro exemplo, a construção da embarcação de Cleópatra, toda confeccionada em cedro.  Deliciosamente aromatizada, serviu de instrumento de sedução ao receber Marco Antônio a bordo.

Os sacerdotes fabricavam pomadas e ungentos medicinais, tendo grande domínio das técnicas de extração dos compostos vegetais por destilação e infusão a quente, observaram as propriedades terapêuticas de certas drogas e adquiriram alguns conhecimentos básicos de farmacodinâmica. Era de uso comum a prescrição de óleos essenciais de mirra como anti-inflamatório e do extrato obtido da casaca do salgueiro.

A primeira fórmula conhecida de um perfume é citada na Bíblia, na passagem onde Moisés recebe a incumbência de um Lorde para fazer um incenso perfumado, misturando partes iguais de especiarias, doces e galbanum.

Os gregos também tinham hábitos de usar fragrâncias em cada parte do corpo e este hábito difundiu-se, chegando até Roma.  Teofrasto, discípulo de Platão e Aristóteles, que viveu de 372 a 287 aC, pode ser considerado o precursor no campo da pesquisa dos óleos essenciais e seus efeitos. Escreveu 20 obras importantes no campo de botânica, compiladas sob os títulos de “ Histórias das plantas” e “ Origem das plantas”, sendo o mais antigo tratado, no mundo ocidental, de estudos sobre vegetais. Entre seus trabalhos está o guia “Relativo de odores”, onde analisa os efeitos distintos dos diversos aromas sobre o pensamento, sentimentos e saúde.

Nos séculos XI e XII, as cruzadas também tiveram papel importante na difusão do trágico tempo de peste negra, queimando incenso resinosos de pinho, cedro, louro, alecrim e cipreste nas casas e hospitais onde ficavam os enfermos, devido sua atividade antibacteriana.

Na França feudal, apótecários e herboristas vendiam sementes e outros compostos aromáticos derivados de violeta, lavanda e flor de laranjeira, para serem usados nas roupas e moradias, como proteção contra pragas.

Alguns poucos registros existentes, nos direcionam para a criação do primeiro perfume alcoólico, datado de 1370, criado para a Rainha Elisabeth da Hungria. Dizem que o perfume era tão marcante, que aos 72 anos de idade, a Rainha recebeu uma proposta de casamento do Rei da Polônia.

Em meados do século XVIII, Jean Marine Farina, em Cologne, produz a primeira água de toilette chamada “Eau de Cologne”, uma mistura adstringente de óleos de frutas cítricas em alta quantidade de álcool.
Em 1801, a filha de Williams Yardley funda a “House of Yardley” onde lança a famosa “Lavanda Yardley”.
Em 1828 Pierre François Pascoal Guerlain, cria em sua casa, o primeiro Perfume Guerlain o “Eau Imperial de Guerlain (1860)”, vendido até hoje.

No século XVIII, há um grande avanço na produção de perfumes, novos óleos essências são descobertos e a extração destes óleos sofre alterações, tornando-os mais refinados.

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